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sábado, 11 de novembro de 2017

Engenho Central

Trem, açúcar............História!


"...uma verdadeira cidade particular, é de se dizer que além da fabricação de açúcar, álcool, tecidos e balas (busi), que empregava grande número de mão-de-obra, ainda possuía linha férrea particular, serviço de abastecimento de água e energia elétrica própria, hospital, farmácia, cinema, hotel, armazém, clube social (...), e até dinheiro próprio, aceito, por sua credibilidade, mesmo fora do Engenho Central (...)"
Esta descrição foi feita por Alaor Scizinio.




Este lugar sempre esteve na lista de lugares para conhecer , desde os tempos da faculdade, quando tomei conhecimento de sua existência, mas todo mundo dizia que era muito longe e fui deixando pra lá, pois bem num belo sábado coloquei Jade e Victor no carro e partimos pr'aqueles lados, realmente, não é pertinho mas, dá muito bem pra sair de manhã e voltar a tardinha parando nos lugares interessantes que a gente encontra pelo caminho.
Hoje, quem chega neste lindo lugar, tem a impressão que o Engenho Central Rio Negro foi algo muito importante para o distrito de Itaocara chamado Laranjais, mas acredito que esta impressão não chega nem perto do que realmente este lugar representou, não só para Itaocara mas para as redondezas.  



      O Engenho Central Rio Negro foi construído por ingleses, no último quartel do século 19, comprava e manufaturava a cana , melaço e rapadura dos fazendeiros vizinhos, produzindo um açúcar de melhor qualidade.  Logo depois os ingleses faliram e o Engenho Central foi a leilão o Cel. Luiz Correa da Rocha arrematou e mudou o nome para Engenho Central Laranjeiras.  
    Foi o seu filho e sucessor Péricles, que deu um impulso econômico, substituiu as moendas primitivas e aumentou a quantidade delas,adquiriu novas terras aumentando o plantio de cana própria.Um grande avanço empreendido por Péricles foi a construção de uma hidrelétrica, gerando energia própria. Ampliou a produção do engenho, diversificou os seus produtos, pois além do açúcar passou a fabricar éter e álcool farmacêutico,conectou-se aos trilhos da Cia. Leopoldina. A malha ferroviária atravessava o Rio Negro e ia até o centro de Valão do Barro, distrito de São Sebastião do Alto, 28 km de malha ferroviária.  
    Nesta época foram feitos os arruamentos e construídas casas ao redor da sede, um hospital, um cinema e clube social. possuía plantações, inclusive de algodão com que confeccionavam os sacos de açúcar. Era auto-suficiente e no auge conseguiu autorização para emissão de sua própria moeda, que chamavam de "dinheiro próprio" em papel e principalmente em metal, uma moeda quadradinha que era aceita não só na área do engenho como também no distrito de laranjais.
Com a criação do Instituto do Açúcar e do Álcool, o governo monopolizou as decisões sobre preços e comércio do açúcar, muitos engenhos e usinas de açúcar fecharam e faliram, assim em 1970, antes que precisasse decretar falência, honrosamente, parou suas máquinas sem dívidas.
Em 2015 uma fábrica de papel se instalou na sede, parece que preservaram as instalações, tomara!

















   A construção foi feita por ingleses em estilo "vitoriano", segundo uma pesquisinha que fiz pela net. O corpo frontal da sede é de tijolos aparentes, as janelas do térreo têm  arcos plenos e do pavimento superior arcos abatidos, atrás deste corpo, que acredito que era a parte onde funcionava o escritório,  existe outro corpo de alvenaria e janelas retas, dando a impressão de ser a parte onde havia o maquinário. Vale lembrar que são deduções nossas, pois não entramos no prédio e não conseguimos nenhuma planta mesmo esquemática, mas em compensação, entramos no universo deste Engenho, que funcionava de maneira fantástica, e ajudou a escrever a história não só de Itaocara mas também da região.
  Pra quem gosta de história e arquitetura, ou também os que gostam de achar lugares bonitos, vale muito a pena.  O caminho é super tranquilo e sinalizado, tem muitos pontos legais até chegar, ( Euclidelândia, Boa Sorte, fazendas históricas...), 



















































Um comentário:

  1. Sou apaixonado pela história do Engenho. Estou inclusive escrevendo um livro para resgatar toda riqueza que este lugar possui.

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