Trem, açúcar............História!
"...uma verdadeira cidade particular, é de se dizer que além da fabricação de açúcar, álcool, tecidos e balas (busi), que empregava grande número de mão-de-obra, ainda possuía linha férrea particular, serviço de abastecimento de água e energia elétrica própria, hospital, farmácia, cinema, hotel, armazém, clube social (...), e até dinheiro próprio, aceito, por sua credibilidade, mesmo fora do Engenho Central (...)"
Este lugar sempre esteve na lista de lugares para conhecer , desde os tempos da faculdade, quando tomei conhecimento de sua existência, mas todo mundo dizia que era muito longe e fui deixando pra lá, pois bem num belo sábado coloquei Jade e Victor no carro e partimos pr'aqueles lados, realmente, não é pertinho mas, dá muito bem pra sair de manhã e voltar a tardinha parando nos lugares interessantes que a gente encontra pelo caminho.
Hoje, quem chega neste lindo lugar, tem a impressão que o Engenho Central Rio Negro foi algo muito importante para o distrito de Itaocara chamado Laranjais, mas acredito que esta impressão não chega nem perto do que realmente este lugar representou, não só para Itaocara mas para as redondezas.
O Engenho Central Rio Negro foi construído por ingleses, no último quartel do século 19, comprava e manufaturava a cana , melaço e rapadura dos fazendeiros vizinhos, produzindo um açúcar de melhor qualidade. Logo depois os ingleses faliram e o Engenho Central foi a leilão o Cel. Luiz Correa da Rocha arrematou e mudou o nome para Engenho Central Laranjeiras.
Foi o seu filho e sucessor Péricles, que deu um impulso econômico, substituiu as moendas primitivas e aumentou a quantidade delas,adquiriu novas terras aumentando o plantio de cana própria.Um grande avanço empreendido por Péricles foi a construção de uma hidrelétrica, gerando energia própria. Ampliou a produção do engenho, diversificou os seus produtos, pois além do açúcar passou a fabricar éter e álcool farmacêutico,conectou-se aos trilhos da Cia. Leopoldina. A malha ferroviária atravessava o Rio Negro e ia até o centro de Valão do Barro, distrito de São Sebastião do Alto, 28 km de malha ferroviária.
Nesta época foram feitos os arruamentos e construídas casas ao redor da sede, um hospital, um cinema e clube social. possuía plantações, inclusive de algodão com que confeccionavam os sacos de açúcar. Era auto-suficiente e no auge conseguiu autorização para emissão de sua própria moeda, que chamavam de "dinheiro próprio" em papel e principalmente em metal, uma moeda quadradinha que era aceita não só na área do engenho como também no distrito de laranjais.
Com a criação do Instituto do Açúcar e do Álcool, o governo monopolizou as decisões sobre preços e comércio do açúcar, muitos engenhos e usinas de açúcar fecharam e faliram, assim em 1970, antes que precisasse decretar falência, honrosamente, parou suas máquinas sem dívidas.
Em 2015 uma fábrica de papel se instalou na sede, parece que preservaram as instalações, tomara!
Nesta época foram feitos os arruamentos e construídas casas ao redor da sede, um hospital, um cinema e clube social. possuía plantações, inclusive de algodão com que confeccionavam os sacos de açúcar. Era auto-suficiente e no auge conseguiu autorização para emissão de sua própria moeda, que chamavam de "dinheiro próprio" em papel e principalmente em metal, uma moeda quadradinha que era aceita não só na área do engenho como também no distrito de laranjais.
Com a criação do Instituto do Açúcar e do Álcool, o governo monopolizou as decisões sobre preços e comércio do açúcar, muitos engenhos e usinas de açúcar fecharam e faliram, assim em 1970, antes que precisasse decretar falência, honrosamente, parou suas máquinas sem dívidas.
Em 2015 uma fábrica de papel se instalou na sede, parece que preservaram as instalações, tomara!

A construção foi feita por ingleses em estilo "vitoriano", segundo uma pesquisinha que fiz pela net. O corpo frontal da sede é de tijolos aparentes, as janelas do térreo têm arcos plenos e do pavimento superior arcos abatidos, atrás deste corpo, que acredito que era a parte onde funcionava o escritório, existe outro corpo de alvenaria e janelas retas, dando a impressão de ser a parte onde havia o maquinário. Vale lembrar que são deduções nossas, pois não entramos no prédio e não conseguimos nenhuma planta mesmo esquemática, mas em compensação, entramos no universo deste Engenho, que funcionava de maneira fantástica, e ajudou a escrever a história não só de Itaocara mas também da região.
Pra quem gosta de história e arquitetura, ou também os que gostam de achar lugares bonitos, vale muito a pena. O caminho é super tranquilo e sinalizado, tem muitos pontos legais até chegar, ( Euclidelândia, Boa Sorte, fazendas históricas...),
Sou apaixonado pela história do Engenho. Estou inclusive escrevendo um livro para resgatar toda riqueza que este lugar possui.
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